terça-feira, 19 de junho de 2012

Simpatia para o seu Amor voltar



No post de hoje, você saberá como fazer uma maravilhosa simpatia para o seu amor voltar. Mas faça a simpatia com muita fé, coragem e vontade! Vamos lá!
Você vai precisar de uma vela em formato cilíndrico. Escreva três vezes o nome de seu amado sobre a vela de baixo para cima. Coloque sobre a vela, duas folhas de mamona cobertas com mel. Em seguida, deixe tudo em um local onde ninguém veja até as folhas da mamona murcharem. Assim que as folhas murcharem, o seu amor estará de volta para você.
Esta simpatia não é o máximo, meninas?
Gostaram da dica de hoje? Desejo boa sorte a todos que realizarem a simpatia!

Quiromancia


Quando pensamos em leitura de mãos, logo nos vem a imagem de uma cigana analisando a mão, não é mesmo?  Mas na verdade, a crença de que o destino está escrito em nossas mãos  faz parte de diversas culturas e por isso a quiromancia existe há milhares de anos.
Esse estudo nos proporciona um maior autoconhecimento, revelando diversas características físicas e psicológicas.Quando se faz a leitura da mão, diferentes aspectos são analisados. O formato dos dedos, a forma da mão, o polegar, as linhas, e os montes. E é exatamente sobre eles que vou falar, hoje.
As mãos são compostas por oito montes, cada um tem um nome e define uma característica especifica, quanto maior o monte, mais forte a influência de determinada característica no temperamento da pessoa.
MAO BLOG
  1. Monte de Vênus representa as emoções básicas, o físico e o sexual. Quando grande, representa um bom apetite, e boa disposição sexual. Quando baixo indica uma saúde mais frágil.
  2. Monte de Marte inferior: representa a agressividade, o lado selvagem da pessoa. Quando pequeno, simboliza timidez. De tamanho médio, indica uma pessoa corajosa e agressiva. Grande, um temperamento impulsivo e um grande apetite sexual.
  3. Monte de Jupiter: representa a sociabilidade. Se a pessoa não apresenta esse monte desenvolvido, deve ter problemas em lidar com a autoridade. Se for desenvolvido, apresenta boas relações sociais e capacidade de liderança.
  4. Monte de saturno: representa a introspecção. A inexistência desse monte indica pouco poder de decisão e negativismo. Um monte de Saturno saliente é sinônimo de consciência emocional e fidelidade.
  5. 5. Monte de Apolo: representa a capacidade criativa. Quando baixo, simboliza pouco poder criativo. Alto, indica extravagância e habilidades artísticas.
  6. Monte de Mercúrio: representa o poder de comunicação da pessoa.  Ou seja, quanto maior melhor a sua expressão. Se o seu monte de Mercúrio for baixo, provavelmente enfrentará dificuldades nessa área.
  7. Monte de Marte superior: representa o grau de resistência e determinação. Assim, um monte bem definido indica coragem, segurança e persistência. Caso contrário, simboliza falta de foco e de firmeza.
  8. Monte da Lua: representa a sua ligação com a imaginação e a realidade. Quando pequeno, indica muita racionalidade. Se grande, equilíbrio entre a razão e a imaginação.
Pois é, nossas mãos revelam muito sobre nós.

domingo, 17 de junho de 2012

Se você nasceu em 17 de junho é filho de Cosme Damião Doum e Nossa Senhora Aparecida. São pessoas com força mental bem aguçada, persuasivas, impacientes, severas demais e galgam os mais altos postos da terra.


Banho de ervas para Atrair Amor


01 flor de girassol, 07 cravos da Índia, 01 xícara de café de erva doce, 01 colher de sopa de açúcar mascavo, 01 noz moscada ralada, 01 pitada de pó de sândalo.
Coloque tudo numa panela com água filtrada, deixe ferver por 15 min. Coe, misture num balde de água fria, tome seu banho comum. Depois tome este banho do pescoço para baixo e deixe secar o corpo naturalmente. Leve as sobras em uma praça que tenha um jardim bem bonito e que tenha bastante movimento,deixe tudo no jardim e rege com um pouquinho de azeite doce e mel fazendo seus pedidos.

Ervas e suas indicações




Negócios: benjoim, canela, cravos da índia, louro.
Adivinhação: alecrim, anis estrelado, artemísia, canela, freixo, louro, noz-moscada, rosa, sândalo.
Fertilidade: carvalho, girassol, mandrágora, noz, papoula, pinho, romã, rosa.
Cura: alecrim, arruda, canela, cardo bento, cravo, eucalipto, freixo, hortelã, lavanda, maçã, mirra, naciso, rosa, sálvia, violeta.
Amor: alecrim, canela, cominho, coentro, jasmim, laranja, lavanda, limão, lírio, macassá, manjericão, verbena, violeta.
Dinheiro: amêndoa, artemísia, brionia, camomila, cravo, jasmim, madressilva, manjericão, menta, trigo.
Proteção: alecrim, angélica, arruda, boca de leão, artemísia, erva doce, freixo, louro, peônia, verbena, visgo.
Purificação: açafrão, alfazema, alecrim, aniz, arruda, hortelã, lavanda, limão, louro, mirra, olíbano, sabugueiro, sândalo, sangue de dragão.

Banho de Ervas – O poder da Natureza



Os banhos de ervas são indicados para vários fins,abrir caminhos, descarrego, limpeza espiritual, atrair sorte, atrair amor,afastar mal olhado, entre outros. As Ervas tem um poder mágico vindo da natureza e auxilia em muitas curas e conquistas.
As ervas são vendidas em feiras e em casas de ervas o melhor banho de erva é aquele feito com a erva fresca pois essa ainda se mantem viva. Você pode comprar a erva fresca e depois  separar em algumas partes e guardar o restante enrolado no jornal dentro da geladeira.Antes de tomar o banho de ervas é fundamental lavar e macerar as ervas com as mãos. NÃO ferver. Usar água filtrada na temperatura ambiente.

Tome primeiro um banho comum e depois jogar o chá de ervas da cabeça aos pés, exceto as ervas que são usadas do pescoço para baixo e indicamos a seguir. Enquanto joga o chá de ervas no corpo, pense na limpeza e na energização áurica, mentalizando apenas bons pensamentos.

Confira abaixo algumas ervas para banho e suas indicações:

Canela de Velho - Tira negatividade de obsessores.
Colônia - Descarrega e acalma.
Elevante -  Readquirir energia, levanta e abre caminho. Junto com o alecrim traz clientes e dinheiro.
Macassá -  Tem um perfume forte e bom. Dá uma boa levantada. A pessoa raciocina melhor, encontra o caminho, relaxa, descarrega e fortalece a ligação com o Anjo de Guarda e abre os caminhos amorosoa. Boa também para doentes.
Manjericão - Tira mau olhado e descarrega. Excelente para crianças e adultos. Para crianças usar somente o manjericão e a rosa branca.
Oriri - Acalma, tira perturbações e traz energia no banho de ervas. Com problemas de nervos colocar a folha úmida na cabeça. Serve para dormir com ela.
Alecrim - Prosperidade e abertura dos caminhos.
Alfazema – Acalma, tranqüiliza e relaxa.
Abre Caminho – Para questão financeira. Prosperidade. Usar do pescoço para baixo. Da cabeça aos pés só uma vez ou outra.
Erva doce, cravo, canela e noz moscada - Prosperidade.
Rosa Branca – Descarrega, tira energia de mau olhado e quebranto. Boa para crianças e adultos.
Aroeira – Tira toda negatividade. Descarrega. Usar do pescoço para baixo.
Barba de Velho - Tira energia negativa de obsessor. Relaxa e dá energia. A erva Canela de Velho tem a mesma função, só que a Canela de Velho é mais forte.
Boldo e Saião – Descarrega e dá calma.
Espada de Ogum e Yansã – Quando a pessoa estiver com tudo fechado, desorientada e negativa. Para pessoa muito negativa. Cortar em sete pedaços uma folha e ferver. Juntar um pouco de sal grosso. Usar do pescoço para baixo.

sábado, 16 de junho de 2012

VEJO TUDO! ESTOU MISTIFICANDO?






O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações. É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”. A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a sua (deles) mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores. Acalmem-se todos! Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes. A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião. Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto. Não se acanhem em dizer que são conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão margens à suspeitas de mistificação. Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade. Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam. O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas casas.

Respeito à Umbanda!




Em 2008 a Umbanda completou cem anos. Muito criticada e ainda sem o titulo de religião, tornou-se uma seita popular que atrai milhares de pessoas necessitadas a seus terreiros que estão sempre de portas abertas para quem quiser entrar.
Triste é saber que tantos pais e mães que se dizem "do santo", tratam nossa religião (sim, para nós que nos dedicamos a ela, é religião!) com descaso e incompetência. Na ânsia de ganhar dinheiro manipulam a fé de pessoas simples com uma insaciável vontade de levar vantagem a qualquer custo. Inventam sacrifícios de animais, camarinhas, jogos de búzios, raspagens e muitas outras coisas que na realidade fazem parte de outra seita, o Candomblé. 
Nós, verdadeiros umbandistas, não criticamos aqueles que se dedicam ao verdadeiro culto do Candomblé, pois também nos consideramos praticantes de um culto afro-brasileiro, mas nossa missão e forma de trabalho divergem totalmente dessa lei que respeitamos muito.
Peço encarecidamente que qualquer pessoa interessada em um verdadeiro trabalho umbandista, pesquise, visite casas e informe-se sobre a forma de culto a que se está entregando. 
O verdadeiro religioso segue a frase secular "Dai de graça o que de graça recebestes", e é a partir dela que erguemos o pilar de nossos terreiros. Os atendimentos são gratuitos e a verdadeira mensagem da Umbanda não pode deixar de ser entendida.
Os Caboclos, pretos-velhos, crianças e toda a miríade de espíritos que nos auxiliam nessa tarefa seguem as claras determinações astrais da caridade ilimitada. 
Muitos alegam que há inúmeros gastos nos terreiros, concordo, e para isso temos grupos de sócios e médiuns que após terem sido auxiliados passam a contribuir com pequena quantia mensal sem que haja necessidade das cobranças extorsivas que vemos rotineiramente.
Conclamo a todos para uma cruzada em nome da decência e respeito ao próximo dentro de nossa tão amada Umbanda para que não sejamos expostos cada vez mais como mercadores da religiosidade alheia! 

História de Zé Pelintra




Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco, filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar. Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém, a picardia dos tempos de José Emerenciano. 




Sarava Seu Zé Pelintra! 

Maria Padilha das Sete Encruzilhadas




Núbia estava satisfeita e feliz. Depois de uma misteriosa doença, sua prima, a rainha Velma, havia sucumbido. E ela sabia do que se tratava, fora ela quem, diariamente, pingara gotas de um poderoso veneno nas refeições da soberana. O caso amoroso que mantinha com o rei Alberto finalmente teria um final feliz. Para ela, claro! Mal pode conter a alegria quando foi notificada da morte da prima. Fez um tremendo esforço para derramar algumas lágrimas durante o féretro, porém seus pensamentos fervilhavam. Imaginava os detalhes de sua coroação. Havia o período de luto de no mínimo três meses, mas isso era de menos, Alberto estava totalmente apaixonado e faria de tudo para casar-se com ela o mais rápido possível. Aí sim, a glória e o poder que sempre foram daquela tonta seriam dela para frente. Várias vezes tivera que cobrir o rosto com seu lenço negro para que ninguém percebesse o sorriso de satisfação que aflorava em seus lábios. Terminadas as exéquias, Núbia procurou pelo amante para dizer-lhe que estava pronta para ser sua nova mulher, esperariam o luto oficial e poderiam começar os preparativos para o casamento e coroação. A reação de Alberto fez seu coração gelar:- Núbia foi você que matou minha mulher? Negou peremptoriamente. Ela jamais teria coragem de fazer qualquer mal à sua prima, mesmo amando seu marido, pelo contrário, perdera noites de sono para permanecer à cabeceira da doente. Como podia ele pensar isso dela? - Núbia! - Alberto estava gritando - A casa tem criados, será que você é tão imbecil que não percebe que eu descobriria? O desespero tomou conta da mulher, sentiu que a situação havia fugido de seu controle. Jogou-se aos pés do homem implorando perdão: - Eu te amo demais, não agüentava mais ficar longe de você! As lágrimas corriam livremente. - Ela não te amava, sou eu que o amo! Sem pestanejar, Alberto chamou pelos guardas palacianos e mandou que a levassem a ferros para o porão do castelo onde ficaria até que ele decidisse o que fazer. Durante três anos permaneceu presa. Chorava muito e amaldiçoava a todos. O pior, porém, era o fantasma de Velma que todas as noites a visitava. A imagem da rainha surgia ricamente vestida e a olhava com piedade balançando a cabeça em sinal de desaprovação. Nesses momentos os gritos que dava ecoavam pelos corredores do palácio. Da bela e arrogante mulher, nada mais restava. Tornara-se um trapo humano. Um dia veio o golpe fatal. A criada que lhe trazia as refeições informou-lhe que o rei havia anunciado seu casamento com uma jovem duquesa. As horas que se seguiram a essa descoberta foram de horror, a imagem da rainha falecida permaneceu sentada no fundo do cubículo e não desviava o olhar tristonho de acusação. Num acesso de fúria avançou sobre o espectro. Debilitada, tropeçou nas próprias vestes e caiu batendo a têmpora na pedra onde Velma estivera sentada. Seu espírito vagou por anos. Aprendeu muito e descobriu que havia sido rainha em outras encarnações, mas que nunca fora exemplo de bondade ou compaixão. Hoje, em nossos terreiros, Maria Padilha das Sete Encruzilhadas readquiriu o porte majestoso de antigas vivências e segue em busca de evolução. Sempre que está em terra lembra que há muito a aprender, mas que tem muito a ensinar. 


Laroiê as Pomba-giras! 

Principios básicos da Umbanda

Todo umbandista deve conhecer os conceitos básicos de conduta adotados por sua religião. Vários terreiros tem suas regras próprias, mas,  fazendo um apanhado geral, podemos dizer que os principais ditames são:

• A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum, Zambi;

• A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;

• O culto aos orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;

• A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";

• O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes formas;

• Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;

• A crença na imortalidade da alma;

• A crença na reencarnação e nas leis cármicas e o direito a liberdade de todos os seres.

Para o médium refletir...

Tenho muito dó de quem pensa que a Umbanda é um mar de rosas e que todos nossos problemas serão resolvidos a partir do momento em que colocarmos a roupa branca. Muito pelo contrário, a Umbanda, quando aceita de coração e incorporada à nossa vida, nos leva a ficar cara a cara com nossas deficiências e falhas, escancarando nossos sentimentos e apurando nossas verdades. Um verdadeiro vendaval de mudanças internas nos arrasta e transforma nosso intimo preparando-o para o bom exercício religioso tornando-nos pessoas melhores e mais centradas.

Deixa-nos mais fortes e tolerantes, mais sensíveis e piedosos, mas os problemas acumulados em nossa existência somente serão resolvidos com firmeza, determinação e o uso sapiente do livre arbítrio, inerente a todos os seres humanos, nunca pelos meandros ou facilidades de nossa religião, por mais que isso seja apregoado por uma imensa turba de aproveitadores da boa fé alheia. 

O mau uso dos mistérios astrais, a exigência demasiada com nossos orixás e entidades, a falta de humildade, ou pior ainda, a falsa humildade, colocarão o médium em seu devido lugar, o ostracismo mediúnico. 

A Umbanda não foi criada para satisfazer desejos pecaminosos e sonhos grandiloqüentes nem para destruir nossos inimigos com trabalhos mirabolantes à base de velas pretas, farofa, ou sei-lá-mais-o-quê, tão propagados em sites, blogs ou mesmo terreiros “especializados” nas mazelas caprichosas de maus seguidores.

O bom trabalhador umbandista deve, acima de tudo, manter a atitude de fé, compaixão, respeito e caridade proposta pela lei de Oxalá, nunca fazer julgamentos apressados muito menos pedir o que não poderá ser dado. Esse conjunto de atitudes aplicado em sua vida religiosa fará com que o grande médium desabroche em plenitude e você descobrirá encantado, que esse grande médium, até então escondido, é você! 

Saravá a Umbanda!

A pipoca na Umbanda




Muitos perguntam por que a pipoca é oferecida a Obaluaiê/Omulu nos terreiros de Umbanda, já que os africanos não tinham acesso a esse alimento. Vou tentar em poucas palavras explicar o porquê e as razões que temos para oferendar esse orixá dessa forma.

A Umbanda adotou a pipoca como oferenda a ele pelas características que ela apresenta, ou seja, é dura, grosseira e transforma-se quase como num passe de mágica em deliciosa flor comestível. Lembremos que Obaluaiê/Omulu é um orixá duro e implacável, com certa tendência ao rancor e ressentimento vingativo. No entanto, conforme contam suas lendas, que um dia descobriu-se como o médico dos pobres, aquele que tinha o dom de salvar vidas o que aceitou como missão e destino. 

Essa é a leitura que os umbandistas fazem do assunto. Percebam que todas as fábulas que se contam a respeito, sejam de quais nações forem, o que, aliás, para a Umbanda não é levado em consideração, mostram exatamente a transformação pela qual o orixá passou e essas passagens colocam a pipoca como o símbolo dessa mudança.

Lembro ainda que, apesar de sempre levantarem essa dúvida quanto à oferenda, esquecem-se que pelos mesmos motivos já citados a pipoca é importante em vários rituais umbandistas e está presente em horas boas e ruins dentro de nossos terreiros. Em festas de Cosme e Damião está lá, colorida e doce. Nas homenagens aos pretos-velhos, quem está lá? Ela novamente, desta vez ligeiramente salgada. Em descarregos pesados em que precisamos afastar negatividades presentes em uma pessoa ou mesmo em trabalhos de cura, nem preciso repetir. Ela outra vez, agora sem sabor algum.

Em suma, a pipoca se tornou ingrediente indispensável em nossa religião por seus atributos e não conheço nenhum dirigente que dispense seu uso em diversas outras situações que, para não ser cansativo, deixei de citar. 
A Mãe Cambinda da Guiné, preta-velha mandingueira gosta de citar: “Pipoca? É milho duro que vira flor!”

Não é linda a simplicidade da síntese?

Entidades viram na esquerda?

Hoje vou falar de um tema que confunde os médiuns em geral, mesmo os mais experientes. .Há uma infinidade de dirigentes que afirmam que suas entidades “viram” quando o trabalho está pesado. Mas o processo que se dá nesses casos não é de “virada”.

Vou tentar ser  mais clara possível para eliminar de vez esse conceito antigo tão arraigado em nosso meio. 

Normalmente essa ocorrência se dá com baianos e preto-velhos, pois são linhas com mais afinidade com as falanges de esquerda, o que não impede que ocorra com outros guias, mas quase sempre, os que se utilizam dessa prerrogativa, são eles. 

Digamos que o terreiro receba uma carga muito forte de energia negativa durante a sessão. Ao perceber essa intrusão a entidade que está em terra, “vira na esquerda”, passando a falar e agir de modo diferente do habitual, sem, no entanto mudar de linha ou deixar de ser quem é.

Começa então a descarregar o acúmulo de vibrações negativas, diminuindo seu próprio campo vibratório positivo, aproximando-se assim do padrão mais apropriado para o momento. 

Utilizando essa técnica consegue descarregar com relativa facilidade todas as faixas vibratórias atingidas, liberando os campos áuricos do terreiro e dos médiuns.

Isso quer dizer que a tão falada “virada” na realidade não se deu, foi apenas uma compensação de energias feita pela entidade em questão. Quando mudou sua própria vibração, assumiu a roupagem energética usada quando em missões de trabalho no campo astral esquerdo, uma de suas principais funções. Quem assiste esse tipo de atuação, acredita que a entidade transformou-se em exu, o que não ocorreu. 

Caso o padrão vibracional se torne tão pesado que mesmo utilizando esse procedimento, as perturbações continuem, será chamado o exu da casa, porém isso fará com que o trabalho inteiro vire na esquerda, já que este ao chegar, passará a atuar dentro da faixa energética negativa de sua lei, atraindo inclusive seus amigos e ajudantes que o auxiliam nesses embates. Vários médiuns incorporarão e o descarrego passará a ser feito exclusivamente com entidades de vibrações mais densas.

Falange de mendigos na Umbanda?

Vira e mexe leio na Internet que uma nova lei está surgindo na Umbanda. Em alguns momentos são mendigos, em outros, pederastas, já tive inclusive o desprazer de ler que agora existe a falange dos caminhoneiros (?!). Se for piada, é de muito mau gosto.

O assunto tem sido tratado de forma jocosa em tantas comunidades de Umbanda que não há como deixar de falar sobre ele. Deixo claro que estou aqui colocando minha opinião baseada em quase quarenta anos de trabalho umbandista e não pretendo ser o dono da verdade muito menos tenho a pretensão de julgar ou acusar ninguém. Minha intenção é esclarecer do ponto de vista espiritual.Não duvido de forma alguma que um ou alguns mendigos possam trabalhar na Umbanda, mas sempre utilizando as linhas que já existem, jamais criando falanges estapafúrdias. Talvez com o passar dos anos (muitos anos, nossa geração não verá) possa haver uma linha deles devidamente trabalhada. Hoje não!

Com os pederastas a mesma coisa, trabalhamos com espíritos, você não acha que existam entre os quiumbas, e até mesmo entre os exus de lei alguns homossexuais? Mais longe ainda, será que entre tantas entidades da direita nunca houve ou haverá algum que tenha tido esse comportamento em vida? Negarmos isso seria negar a existência de tudo que acreditamos. Seria apregoar um preconceito que nós, como umbandistas praticantes, sabemos não ser a postura correta frente à religião. Um grande número de pais e mães no santo esconde lendas de diversos orixás onde se fala claramente do homossexualismo, isso não seria preconceito justamente em religiões espiritualistas que pregam o perdão e a caridade acima de tudo? Falanges ou linhas especiais de pederastas, mendigos, prostitutas não existem, isso é ponto. Mas que esses marginalizados pela sociedade trabalham em várias linhas de nossa Umbanda ninguém pode negar! O que não existe é a necessidade de uma entidade se apresentar como tal, pior ainda, se dizer dono ou chefe de nova falange criada no astral. Aos que acreditam minhas desculpas. Eu duvido!

A pressa é inimiga da Umbanda!




Agora vou tratar de um assunto que incomoda a mim e a muitos dirigentes que conheço. O médium apressado. Você conhece algum? Eu conheço vários. Vou descrever algumas das atitudes típicas que podem identificá-lo. Vamos lá:

- Chega ao terreiro e, no primeiro dia, quer se tornar intimo dos médiuns e das entidades;

- Se oferece para entrar na gira nesse mesmo dia;

- No segundo trabalho em que participa, está devidamente paramentado e achando tudo lindo e maravilhoso;

- Nesse mesmo trabalho incorpora um caboclo, por exemplo, e já se sente um médium antigo na corrente;

- No terceiro trabalho, passa a “questionar” tudo e todos, atitudes, fundamentos e formas de trabalho;

- No quarto, começa a “criticar” tudo e todos. Já incorpora, no mínimo, quatro entidades que, ao ver dele, são imprescindíveis para o andamento de qualquer terreiro;

- No quinto, passa a indagar sobre quando será feita sua coroa, batismo e, pasmem, quando poderá abrir seu próprio terreiro;

- No sexto, pede afastamento, ou simplesmente vai embora, com a firme convicção de que o dirigente falhou no direcionamento de sua mediunidade. 

Você pensa que estou exagerando? Pode acreditar que não. É exatamente assim que funciona a cabeça desse tipo de médium, que pode até vir a ser um excelente trabalhador da Umbanda, mas está totalmente equivocado quanto a real missão que nos leva frente ao congá.

Esse médium quer apenas a glória efêmera de estar a frente de uma casa comandando a todos, como se isso fosse muito fácil e qualquer um pudesse fazê-lo. Se você é um desses médiuns, não o estou criticando, estou abrindo seus olhos. Estude, se dedique e entregue-se de coração, e sem pressa, ao chamado mediúnico. Um bom dirigente não se faz apenas com boas entidades, ele necessita de aprimoramento constante e um exercício pleno de incorporações dentro do terreiro. E isso, meu amigo, leva algum tempo. Ah sim! Já ia esquecendo. Acima de tudo um bom médium deve ter “humildade”. Entendeu? 

Que Oxalá ilumine a todos, dirigentes e médiuns, que, de um lado ou de outro, estejam passando por algo parecido com o que foi tratado aqui! Axé! 

Exú é o diabo?




O exu é uma entidade dúbia. Não podemos confundir nossos trabalhadores de Umbanda com o orixá Exu que, apesar de muitos dizerem que não, é louvado por nós em nossas trunqueiras e, no entanto, não incorpora em nossos terreiros.
Exu é o mensageiro de todos os orixás e tem acesso liberado a todos os campos de atuação utilizados por eles. Pela suas características muito humanas é quem mais está perto de nós quando pensamos em faixas vibratórias.
É uma entidade da noite, gosta da escuridão, fala as verdades claramente e não foge de assunto algum. Fala de sexo, amizade e amor com a mesma tranqüilidade de um preto-velho conversando sobre espiritualidade.
Nada para exu é proibido ou pecaminoso entende perfeitamente os problemas e mazelas de seus consulentes e não mede palavras para orientar quem o procura. Aprecia as bebidas fortes e não dispensa o uso de pimenta em suas obrigações daí resultando a fama de ser o diabo. Fama, aliás, que ganhou e não desmente, talvez por achar engraçada a ignorância dos que assim o denominam.
Tem todos os defeitos e qualidades inerentes aos encarnados e por isso tornou-se uma espécie de guardião das zonas astrais sombrias onde presta excelente serviço de conscientização profunda junto aos recém desencarnados. Quando atua dessa forma é o auxiliar preferido dos pretos-velhos que os utilizam para encaminhar espíritos perdidos às zonas astrais de instrução.
Na Umbanda, como no universo, temos o lado positivo e o negativo, o bem e o mal, o astral superior e o inferior, sempre representados e divididos em duas faces, a direita e a esquerda. Os exus representam bem esse lado esquerdo justamente pela sua personalidade multifacetada.
Mas devemos ter como principio básico ao falarmos de exu que ele nunca foi e nem será o próprio diabo, como nossos detratores adoram dizer por desconhecer os caminhos e mistérios desse grande trabalhador.
Diabólicos são os que não estudam, logo não entendem, mas julgam sem o conhecimento adequado.




Laroiê Exu!

Velhos mitos umbandistas





Existem ainda dentro de nossa lei alguns mitos que devem ser derrubados. A Umbanda está em plena evolução e manter tradições antigas que dificultam a forma de trabalho somente demonstra falta de fé e insegurança quanto à própria missão espiritual. Falarei hoje de dois mitos que, infelizmente, ainda são muito criticados por quem não entende o verdadeiro sentido da Umbanda como ela é. Vamos lá: 


• O congá deve ficar sempre de frente para a porta.
• A trunqueira deve sempre estar à esquerda de quem entra no terreiro.

Em primeiro lugar, hoje em dia, muito dificilmente um Babá ou Iaô (pai ou mãe no santo) conseguem um lugar espaçoso para montar sua tenda de acordo com todas as tradições e fundamentos da Umbanda. Seguem, então, as orientações de seus orixás de cabeça e tentam da melhor forma erguer suas casas com o mínimo de erros possível. Diz a tradicional Umbanda que o congá deve ser posicionado de frente para a porta, de modo que, ao entrar, qualquer pessoa tenha completa visibilidade do altar. Entretanto, às vezes, o local conseguido é pequeno ou de difícil desenho o que não possibilita essa forma de disposição, então o correto é construir ou montar o congá no lugar mais adequado independentemente da tradição. Idem quanto à trunqueira (casa do Exu) que deve estar posicionada à esquerda de quem entra. Já visitei várias casas construídas em locais de difícil acesso, ou mesmo nos fundos de uma residência, onde seria impossível erguer a trunqueira na localização correta. Novamente usa-se o bom senso. Orientados pelos seus orixás e entidades, os dirigentes fazem suas trunqueiras nos fundos e até mesmo já as encontrei dentro do terreiro, devidamente fechadas é claro. Tudo certo!

História de uma cigana








A noite estava muito escura. Lara caminhava com dificuldade pisando sobre pedras que não conseguia enxergar. Andando há mais de uma hora, vira a lua aparecer no céu, mas as nuvens que insistiam em cobri-la não deixavam que o percurso fosse iluminado e seu destino dava a impressão de estar cada vez mais distante. Por sorte conhecia de cor os atalhos que tomara e tinha a esperança de chegar antes que alguém desconfiasse que fora até a cidade. Dissera à velha Mina que iria tomar banho em uma cachoeira pouco distante do acampamento, mas que voltaria antes do cair da noite. Desconfiada, a velha ama insistiu em fazer-lhe companhia, mas foi rechaçada de forma grosseira, coisa pouco usual na convivência entre elas.
No acampamento Mina fechou-se na tenda que dividia com Lara em profundo silêncio para que pensassem que ambas não estavam. Porém, conforme as horas se passavam seu coração apertava de medo pelo que poderia acontecer à querida sobrinha caso descobrissem o que ela fora fazer. Lara não dissera uma palavra sequer, mas ela sabia, criara a garota desde a mais tenra infância e conhecia seus pensamentos e hábitos mais que ela própria. Percebera imediatamente os olhares trocados entre a jovem e o belo cavalheiro que encontraram em uma de suas idas à cidade. A beleza da cigana enfeitiçara o rapaz e Mina, experiente nesses assuntos, vira claramente o fogo da paixão imediatamente correspondida. Tentara por diversas vezes alertar a sobrinha fazendo-a lembrar-se de seu compromisso com o cigano Juan filho do chefe, mas ela não lhe dera ouvidos e sempre gritava que não havia nada e que a velhice da mulher é que inventava esses romances absurdos. Contudo ela sabia que os encontros às escondidas estavam ficando cada vez mais freqüentes e se algo não fosse feito Lara seria descoberta e acabaria, com certeza, expulsa ou morta, já que isso jamais seria perdoado pelo conselho dos anciãos. Teve um estremecimento ao ouvir a voz de Juan chamando por Lara. O que fazer? Ficar quieta e não revelar que ali estava? Ou sair e contar a história da cachoeira? Resolveu sair. – Lara foi tomar banho lá na cascata azul, filho! O rapaz olhou-a com ódio e gritou: - Como ousa mentir para mim velha? Fui informado que sua sobrinha foi para a cidade deitar-se com um amante, só vim até aqui para ter certeza de não encontrá-la, mas vou atrás dela nesse instante e não me chamarei Juan se a deixar viva. Minha honra foi maculada e não posso deixar que essa sem-vergonha viva para arrastar meu nome na lama! Ao ouvir essa ameaça a mulher esqueceu-se de suas dores e correu em direção à saída do acampamento, tinha de achar Lara antes dele. Era tarde. A cigana calmamente caminhava em sua direção. Mina gritou com voz rouca como que arrancada do fundo do peito: - Corra minha filha! Lara avistou seu prometido logo atrás da tia e num segundo entendeu tudo, virou-se e passou a correr por onde viera. O punhal certeiro do cigano atingiu-lhe em cheio o meio das costas fazendo-a tombar de dor. A velha ajoelhou-se em desespero gritando sobre a bela cigana, mas não havia mais nada a fazer. O espirito de Lara desprendeu-se e entregou-se à natureza. A passagem de Lara pelos campos escuros das provações foi breve, após muitos ensinamentos e preparos para a evolução necessária, tornou-se a Cigana Sarita e hoje alegra muitos terreiros com sua juventude e graça. Apesar de adorar a dança sempre atende aos que a procuram com carinho e grande senso de justiça, agradece a oportunidade de poder ajudar e sai dançando com um largo sorriso!




Sarava a Cigana Sarita!

Os Ciganos




Hoje falarei de uma falange que por muitos anos foi depreciada pelos umbandistas tradicionais que diziam que essa linha nada tinha a ver com a Umbanda. Ledo engano. Por ser um povo nômade e, talvez por isso mesmo, alvos de muitos preconceitos, encontraram em nossa religião um abrigo onde podem trabalhar trazendo grandes lições de vida e magia. Ainda é uma falange que utiliza preceitos diferenciados de nossos trabalhos habituais. Raramente atendem os consulentes numa gira aberta ao público, preferindo trabalhos fechados e exclusivos, e normalmente não fazem giras de desenvolvimento. Sua chegada na coroa de um médium para um trabalho efetivo se dá somente depois de todas as obrigações de santo estarem feitas e sempre com a permissão do chefe espiritual da casa. Seus trabalhos são misteriosos e envolvem leitura de mãos, cartas, água, sementes e vários tipos de oráculos milenares. São respeitosos e extremamente alegres, adoram festas e sempre que há liberdade para isso promovem grandes encontros fraternos com comida, bebida e danças onde mostram toda sua capacidade de alegrar ambientes. Quando se quer vender algo rapidamente ou conseguir melhores condições de emprego, além de conselhos valiosos para um bom direcionamento na vida pessoal, essa é uma boa linha a ser procurada. Ainda não se sentem inteiramente adequados a Umbanda, mas fazem parte de uma falange de espíritos que vem crescendo e, com certeza, logo estarão entre os grandes trabalhadores de nossa lei. 


Salve o povo cigano!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Características dos filhos de Ibejis (Cosme e Damião)




Os Ibejis são divindades gêmeas, sincretizadas aos santos católicos São Cosme e São Damião. Ao contrário dos erês, entidades ligadas a todos os orixás e seres humanos, são divindades infantis, orixás-crianças. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade e, por serem crianças, representam tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento de um ser, o germinar das plantas, etc. Raramente se encontra na Umbanda um médium que os carregue na coroa (existem, mas são bastante raros). Por isso deixei-os para o término de nossa lista de características e aproveito para homenageá-los pelo seu dia comemorado no dia 27 de Setembro.


Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, apresentam uma jovialidade inconseqüente e nunca deixam de ter dentro de si a criança que um dia foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, ingênuas, enfim todas as nuances que se associam ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinadas e possessivas (a criança novamente). Sua leveza diante dos obstáculos da vida se revela em um rosto de traços infantis e no modo ágil de se movimentar tendo uma certa dificuldade em permanecer muito tempo sentado, numa eterna liberação de energia transbordante. Peritos em apresentar bruscas variações de temperamento têm certa tendência a simplificar demais as coisas em termos emocionais, preferindo reduzir, às vezes, o comportamento das pessoas que estão em torno de si a princípios básicos e simplistas como "gosta de mim - não gosta de mim". Essa maneira de ver o mundo pode fazer com que a mágoa e a decepção estejam sempre rondando suas vidas.

No entanto, as tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes traumas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, dos acontecimentos sociais e de todos os tipos de festas. 

Oni Beijada!

Caboclo 7 Nós da Guiné

  A tribo Cajurá estava em polvorosa. Iriam ser atacados a qualquer momento pelos seus grandes inimigos da tribo Tatua, eram muitos homens e todos conheciam a sanha assassina que os guiava. O Cacique Guaiajó resolveu procurar o pajé para que este consultasse e pedisse proteção aos deuses. Jarité exercia a função de mentor espiritual da tribo há muitos anos e sempre que havia qualquer problema era o primeiro a ser consultado, muito respeitado por todos, raras vezes havia falhado nos conselhos que dera. Desta vez, porém, Guaiajó não gostou do que ouviu. Tupã não estava de acordo com essa guerra e pedia por intermédio do pajé que o Cacique Tereti, da tribo vizinha, fosse procurado com uma proposta de paz. Caso contrário, todos pereceriam e Cajurá seria destruída e teria todos seus membros dizimados. A índole guerreira do grande cacique, que já vencera inúmeras contendas, falou mais alto, jamais admitiria tal procedimento. Negou-se terminantemente a continuar ouvindo o que lhe dizia o feiticeiro. - Acho que você está velho demais, Jarité. Já não escuta direito o que Tupã fala. Prepare o veneno das flechas e deixe que com Tupã eu me entendo, ele jamais me abandonou, nunca entrei em guerra para perder. Dizendo isso se retirou. Mesmo contrariado, Jarité começou a cozinhar as ervas que serviriam para envenenar as pontas das flechas que seriam usadas e durante todo o preparo rezou pedindo perdão a todos os deuses pelo erro que, sabia, estava para acontecer. No dia seguinte todos os guerreiros foram chamados para receber instruções e as armas com que defenderiam seu território. Porém quando estavam reunidos no centro da taba um grito uníssono se ouviu. Eram os homens da tribo inimiga que raivosamente avançavam sobre eles. Jarité saiu correndo a tempo de ver o fogo sendo ateado sobre a palha que cobria diversas ocas. Preparou seu arco e desferiu várias flechadas nos homens que estavam mais perto. Viu quando uma flecha inimiga certeiramente atravessou a garganta do Cacique Guaiajó fazendo o corpo do valente guerreiro tombar no centro da taba. Esquecendo avançada idade, Jarité passou a gritar palavras de ordem, exortando os guerreiros de sua tribo a avançar sobre os invasores. Sempre disparando para abrir caminho, seguiu até onde estava o corpo do cacique. Ao se agachar para verificar os sinais vitais de seu chefe, uma flecha rasgou-lhe o peito. Ergueu as mãos para o alto e gritou: - Tupã, senhor do universo, receba minha alma imortal! - Seu corpo caiu inerte sobre o cacique e seu espírito vagou para dentro da mata fechada. Era o fim da aldeia Cajurá e o inicio do caminho evolutivo do velho pajé. Hoje, trabalhador da seara umbandista, Jarité cumpre sua missão com as vestes fluídicas do grande Caboclo Sete Nós da Guiné, velho caboclo feiticeiro que, apesar de incompreendido por muitos, segue na trilha da caridade espalhando conhecimento e fé! Okê Caboclo! Sarava seu Sete Nós!

Os baianos na Umbanda




Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores. Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Atualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais. Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário. Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes. Os que não admitem essa linha como vertente umbandista defendem sua posição criticando o nome que esses espiritos escolheram para seu trabalho. Já ouvi coisas do tipo “Daqui a pouco teremos linhas de cariocas, sergipanos, etc.” Esquecem eles que a Bahia foi escolhida por ser o celeiro dos orixás. Quando se fala nesse estado, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades. É evidente que no inicio a Umbanda era formada por legiões de caboclos, preto-velhos e crianças, mas a evolução natural acontecida nestes anos todos fez com que novas formas de trabalho e apresentação fossem criadas. Se a terra passa por constantes mutações porque esperar que o astral seja imutável? O que menos interessa em nosso momento religioso são essas picuinhas criadas por quem na verdade, não defende a Umbanda, quer apenas criar pontos polêmicos desmerecendo aqueles que praticam a religião como se deve, dentro dos terreiros, onde abraçamos a todos os amigos espirituais da forma como se apresentam.

Perguntas frequentes...

Com o aumento de vertentes dentro da Umbanda, os questionamentos sobre certos padrões, também aumentaram. Sem querer ser o dono da verdade, coisa que não sou mesmo, irei, aos poucos, colocando aqui minha visão sobre alguns temas. 
Todos podem discutir ou  mesmo discordar do que digo, mas o que escrevo faz parte de minha vivência dentro do terreiro e posso garantir que nunca tive problema algum relacionado aos pontos que abordarei.

- Pode um terreiro ter apenas dois atabaques?
- Os médiuns não deveriam estar uniformizados de branco?  

Os atabaques, segundo a lei, devem ser três: o grande, o médio e o pequeno, cujos nomes são run, rumpi e le. Isso pode ser adequado de acordo com o espaço e condições financeiras do terreiro. Há inúmeras tendas que só contam com um ou dois de mesmo tamanho. Devemos pensar que às vezes o ambiente é tão diminuto que mal cabem os médiuns. Como então manter três atabaques? Em minha casa nem temos esse instrumento, apesar de concordar com sua importância. Não temos por dois motivos: Primeiro por causa do espaço, depois, fui tranqüilizado pelas entidades mo sentido de poder conduzir nossos trabalhos dispensando seu uso, sem prejuízo algum à caridade prestada. Não é isso o que interessa?

A questão dos trajes mediúnicos é resolvida pelos mestres doutrinadores da casa. A maioria dos dirigentes uniformiza seus médiuns de branco, que é a cor de Oxalá e da pureza, além de ser a união de todas as cores. Entretanto, nada impede que uma casa resolva que cada médium deva vestir-se com a cor de seu santo de coroa ou que tenha roupas coloridas para serem usadas em dias de festividades, ideia, aliás, cada vez mais difundida. Eu, particularmente, gosto muito de um terreiro com muitas cores. Muitos dirão que isso remeterá diretamente ao Candomblé. E qual é o problema disso? Não sei e não vejo! 

Uma mulher pode ser Ogã?

                                     


Para responder essa questão, primeiro é necessário explicar que na Umbanda não existem Ogãs. Esse é um cargo masculino exclusivo do Candomblé e por mais que muitos terreiros utilizem o termo, o tabaqueiro umbandista (esse é o nome que usamos) não é um Ogã, já que não foi iniciado nem passou pelos fundamentos e firmezas necessários para exercer a função citada e que são práticas e mistérios da religião nossa co-irmã. 

Dentro da Umbanda, para ser um tabaqueiro, o sexo é o que menos importa. Respeito, responsabilidade e fé são os atributos que exigimos de nossos tocadores de atabaques. Conhecer os pontos e saber o momento em que devem ser puxados, saber repicar o couro nos momentos adequados e ter noção de ritmo (claro!) são os conhecimentos básicos que um tabaqueiro deve ter.

Evidentemente, mesmo na Umbanda, há uma série de preparações para que uma pessoa esteja apta a tocar no couro e isso varia de casa para casa, mas obrigações e feituras como as exigidas no Candomblé para o exercício desse cargo, na Umbanda não existem. 

Conclusão: A mulher pode ser tabaqueira (ou tamboreira), o que ela não pode é ser Ogã, mas esse é um preceito de outra lei e em seara que pouco entendo, eu não adentro! 

Adoração de imagens

                       


Parece ter virado moda a insensatez em acusar os umbandistas de “adoradores de imagens”. Isso apenas demonstra a falta de conhecimento daqueles que, na ãnsia de nos diminuir, falam bobagens pelos cotovelos. 

Usamos imagens, sim, mas não as adoramos. Temos a plena consciência de que são apenas simbolos moldados e não seres divinos. Não temos o hábito de entregar nossos pedidos e oferendas a elas e quem diz que o fazemos, deve procurar estudar e entender nossos rituais, antes de fazer comentários descabidos..

As imagens estão em nossos congás para uma ligação visual com a entidade ou orixá representados por elas.

Os médiuns, principalmente os inexperientes, sentem grande dificuldade em firmar para uma boa incorporação sem um elemento visual apropriado. 

Não há como explicar a um filho que acaba de entrar no terreiro que a firmeza de Iemanjá, por exemplo, deve nos remeter ao mar e, unicamente, à energia emanada dele. Muito mais fácil e direto quanto apresentamos a bela imagem dessa orixá. A bela moça vestida de azul surgindo do mar entre elementos de seu reino, fazem com que, imediatamente, a energia maritima, necessária nessa firmeza, surja com força na mente do médium e a encaminhe à energia pretendida. 

As imagens nada mais são, em nosso meio, que objetos de culto, auxiliares importantes em nossos trabalhos e por isso mesmo merecem respeito, como respeitamos a pemba e a toalha, sem contudo, adorá-las. 

Temos carinho por elas, afinal, estão sempre ali, acompanhando nossa caminhada. Como desprezar, sem uma dorzinha no peito, aquele travesseiro que nos acompanhou por anos? Esse é o sentimento do umbandista em relação às suas imagens. Carinho e respeito. Adoração? Nunca! 

Flores dos orixás

                            


A postagem que fiz das frutas dos orixás fez muito sucesso e várias pessoas escreveram pedindo algo sobre as flores que podem ser usadas para oferendas Atendendo a esses pedidos, fiz uma lista das mais comuns e que podem ser entregues em oferendas e também ser utilizadas em banhos específicos de cada orixá. Os banhos com flores são chamados de banhos de proteção e não devem ser fervidos, apenas as pétalas são colocadas em um recipiente e a água fervente é despejada por sobre elas. Toma-se do pescoço para baixo quando atingir a temperatura ambiente.As pétalas restantes são recolhidas e atiradas na terra para que retornem ao seu ambiente natural. Recomenda-se acender uma vela para o orixá antes do ritual e os pedidos são feitos enquanto a água escorre pelo corpo.

Oxalá – Lírio branco

Oxóssi – Antúrio

Oxum – Rosas amarelas

Iemanjá – Rosas brancas

Iansã – Rosas champagne

Xangô – Cravos rajados

Ogum – Cravos vermelhos

Nanã – Verbena

Ibeji – Onze horas

Obaluaiê – Cravos brancos